Hariḥ Om
O blog Tradição Védica tem como finalidade abordar assuntos ligados a tradição do Yoga, Vedānta, Āyurveda dentre outros. Nele apresentaremos
artigos, vídeos e divulgação de atividades pertinentes aos respectivos temas. Que essa seja uma forma de nos mantermos firmes no conhecimento. Om
quarta-feira, 9 de março de 2016
terça-feira, 8 de março de 2016
Oração - Meditação ao Amanhecer
por Swāmi Dayānanda Saraswati
Eu trago Īśvara, o Senhor, à minha vida quando eu reconheço meu
desamparo, incerteza e
incapacidade de ordenar as coisas como eu quero. Há incerteza em relação ao
preenchimento das minhas vontades e desejos. Há limitações em
termos de força de vontade e capacidade para fazer o esforço
necessário. Há também limitações em termos de conhecimento e recursos.
Existe uma falta de liberdade na minha vida mental. O reconhecimento de tudo isto me faz admitir meu desamparo.
Este
reconhecimento, em si mesmo, revela um grau de maturidade. Eu busco mais maturidade invocando a graça, o invisível, o intangível,
algo que torne as coisas possíveis. Eu invoco a graça, a graça do
Senhor, para aceitar as coisas que eu não posso mudar. Nossas tristezas, agitação e raiva que conduzem à depressão, todas
se originam da não-aceitação e não-entendimento do passado.
Senhor,
eu culpei vários fatores: pessoas, situações, tempo, lugares, sociedade. Talvez
todos estes tenham me ajudado a chegar a este ponto em que posso orar. Eu
percebo que não há ninguém a culpar, nem culpo a mim mesmo. O que eu não posso
mudar, que eu possa gentilmente, totalmente, aceitar.
Eu
posso mudar minhas atitudes e lutar pelo entendimento necessário. Eu posso
ordenar melhor minha vida pessoal. Posso fazer qualquer esforço que seja necessário.
Ó, Senhor, que eu tenha a vontade e o esforço para mudar o que posso mudar. Que
eu saiba o que posso e o que não posso mudar.
Muito
freqüentemente eu desperdiço minha capacidade e meu tempo tentando mudar o que
não posso mudar. E quando
tenho que mudar algo que eu posso, já estou cansado. Estou empobrecido em
termos de vontade, energia, esforço e capacidade de realização. Que eu possa
ter a sabedoria para reconhecer a diferença entre os dois: o que posso e o que
não posso mudar.
Descubra,
um por um, o que você quer mudar. Um por um, liste-os.
Eu
gostaria que meu pai tivesse uma atitude diferente. Gostaria que minha mãe
tivesse uma constituição mental diferente e mais disciplina pessoal. Gostaria
de ter estudado mais. Gostaria que meu lar fosse um verdadeiro lar. Gostaria de
ter compreendido o valor dos valores. Gostaria de ter sido mais disciplinado.
Gostaria de ter dado mais atenção a palavras de aconselhamento. Gostaria de não
ter conhecido esta pessoa. Gostaria de não ter feito uma determinada ação.
Gostaria de ter feito uma determinada ação. Gostaria de ter me equipado melhor
com algumas habilidades e melhores títulos. Gostaria de ter nascido em outro
signo astrológico. Gostaria de ter nascido homem. Gostaria de ter nascido
mulher. Gostaria de não ter nascido.
Quantos ressentimentos e desejos inúteis! Ó, Senhor, ajude-me a entender intimamente a inutilidade de todos esses desejos. Ajude-me a largar cada um deles.
Quantos ressentimentos e desejos inúteis! Ó, Senhor, ajude-me a entender intimamente a inutilidade de todos esses desejos. Ajude-me a largar cada um deles.
segunda-feira, 7 de março de 2016
Inauguração do blog Tradição Védica
Om
शुक्लाम्बरधरं विष्णुं शशिवर्णं चतुर्भुजम् ।
प्रसन्नवदनं ध्यायेत् सर्वविघ्नोपशान्तये ॥
शुक्लाम्बरधरं विष्णुं शशिवर्णं चतुर्भुजम् ।
प्रसन्नवदनं ध्यायेत् सर्वविघ्नोपशान्तये ॥
Estamos
inaugurando o blog Tradição Védica no dia do Mahā Śivaratrī.
O Mahā Śivaratrī, a “Grande noite de Śiva” é o décimo quarto dia da metade escura do mês quando a lua está totalmente invisível (precede a lua nova). Nesse dia é celebrado o mito de Nīlakaṇṭha (o de garganta azul), onde Śiva bebe o veneno halāhala depois de ser expelido do fundo do oceano de leite na disputa do amṛtam (néctar da imortalidade) entre os Devas e Asuras. Śiva passou a noite toda em meditação profunda conseguindo assim absorver o veneno na garganta que destruiria todo o mundo. Devido a essa grande capacidade de destruir o halāhala canta-se para que Śiva possa destruir em nós o maior de todos os venenos que é a ignorância do Eu.
Portanto, é um dia muito auspicioso na tradição hindu para firmarmos a nossa mente naquilo que seja realmente importante. A tradição Védica ou tradição do Yoga aponta que a busca mais importante de todas é a busca pelo autoconhecimento.
Os leigos comumente veem a tradição hindu como uma espécie de culto à várias formas, mas não, as deidades apontam apenas para os diversos aspectos do Todo, que naturalmente são representadas por uma forma específica para nos relacionarmos. Apenas isso.
Śiva está associado há varios aspectos como o poder da transformação e destruição. Também conhecido como mahāyogi (maior entre todos os yoguis) devido ao seu grande poder de ascese. Considerado “o benéfico”, pois entende-se que toda e qualquer transformação acontece para o bem, ou seja, para o nosso amadurecimento. Também veremos esse aspecto ligado à vida e a morte, faces da mesma moeda. Seja no seu aspecto não-manifesto (Śiva meditando) ou manifestado (Śiva dançarino), Śiva aponta para o entedimento da própria Criação, ou seja, você mesmo.
Como prática podemos repetir o mantra “Om Namaḥ Śivāya”. A prática de japa (repetição) é aquela considerada mais eficaz para capacitarmos e criarmos um espaço na nossa mente para a compreensão da realidade.
Portanto, que a clareza desse aspecto possa acomodar aquilo que não temos a capacidade de acomodar ou entender. Aos poucos, no processo de estudo conseguiremos acomodar a nós mesmos como aquele que é livre de limitação.
Om Namaḥ Śivāya
O Mahā Śivaratrī, a “Grande noite de Śiva” é o décimo quarto dia da metade escura do mês quando a lua está totalmente invisível (precede a lua nova). Nesse dia é celebrado o mito de Nīlakaṇṭha (o de garganta azul), onde Śiva bebe o veneno halāhala depois de ser expelido do fundo do oceano de leite na disputa do amṛtam (néctar da imortalidade) entre os Devas e Asuras. Śiva passou a noite toda em meditação profunda conseguindo assim absorver o veneno na garganta que destruiria todo o mundo. Devido a essa grande capacidade de destruir o halāhala canta-se para que Śiva possa destruir em nós o maior de todos os venenos que é a ignorância do Eu.
Portanto, é um dia muito auspicioso na tradição hindu para firmarmos a nossa mente naquilo que seja realmente importante. A tradição Védica ou tradição do Yoga aponta que a busca mais importante de todas é a busca pelo autoconhecimento.
Os leigos comumente veem a tradição hindu como uma espécie de culto à várias formas, mas não, as deidades apontam apenas para os diversos aspectos do Todo, que naturalmente são representadas por uma forma específica para nos relacionarmos. Apenas isso.
Śiva está associado há varios aspectos como o poder da transformação e destruição. Também conhecido como mahāyogi (maior entre todos os yoguis) devido ao seu grande poder de ascese. Considerado “o benéfico”, pois entende-se que toda e qualquer transformação acontece para o bem, ou seja, para o nosso amadurecimento. Também veremos esse aspecto ligado à vida e a morte, faces da mesma moeda. Seja no seu aspecto não-manifesto (Śiva meditando) ou manifestado (Śiva dançarino), Śiva aponta para o entedimento da própria Criação, ou seja, você mesmo.
Como prática podemos repetir o mantra “Om Namaḥ Śivāya”. A prática de japa (repetição) é aquela considerada mais eficaz para capacitarmos e criarmos um espaço na nossa mente para a compreensão da realidade.
Portanto, que a clareza desse aspecto possa acomodar aquilo que não temos a capacidade de acomodar ou entender. Aos poucos, no processo de estudo conseguiremos acomodar a nós mesmos como aquele que é livre de limitação.
Om Namaḥ Śivāya
mito de Nīlakaṇṭha
Hariḥ Om
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